Quase metade dos dados vazados no mundo está no Brasil

A segurança da informação está cada vez mais complexa e as vulnerabilidades vão continuar acontecendo, revela relatório da Tenable, divulgado nesta quinta-feira, 16/03, em São Paulo. O estudo mostra que 257 terabytes de dados foram expostos no mundo em 2022, sendo que 112 terabytes foram aqui no Brasil, o que significa que o país detém 43% do total de dados expostos. O relatório aponta ainda que 2,29 bilhões de registros estão expostos, sendo 800 milhões de registros foram vazados por causa de banco de dados desprotegidos.

“Segurança é muito complexa. O mundo deixou de ser LAN e WAN. E não há integração suficiente na segurança. Ainda há muitos silos. O gerenciamento não é do produto, mas de riscos. As vulnerabilidades não vão deixar de crescer. Elas cresceram 300% em sete anos. Não vamos nos iludir. Mas não se pode mais agir como reação, e sim, como prevenção. O gerenciamento é de riscos. Isso tem de ficar muito transparente para o negócio”, afirmou o diretor geral da Tenable no Brasil, Arthur Capella. Um outro ponto preocupa muito: o gap de formação de profissionais de cibersegurança. “O Brasil está ficando cada vez mais para trás. Temos de agir o quanto antes”, completou.

Os mercados mais visados para vulnerabilidades no Brasil são governo (federal, estadual e municipal), com 42%, varejo, com 19%, setor financeiro e de seguros, com 9%. “Falta transparência em cibersegurança e as atualizações são sempre colocadas de lado. Temos o caso da vulnerabilidade VMWare ESXI. Apenas 34% das corporações fizeram a atualização, que estava disponível há dois anos. De repente, quando a AWS e a Microsoft sofreram, em 10 dias, as atualizações se multiplicaram. A segurança da informação ainda está muito reativa”, afirmou diretor de engenharia e arquitetura de Cibersegurança da Tenable para a América Latina, Alexandre Souza.

Embora a adoção de uma postura “cloud-first” permita que os negócios cresçam e dimensionem, ela também introduz novas formas de risco, pois patches silenciosos e proteção de segurança geralmente são concluídos por provedores de serviços em nuvem (CSPs) sem aviso prévio. “As configurações incorretas na nuvem são um grave risco às empresas. A nuvem, hoje, é o coração da inovação e da transformação digital. E não está tendo a proteção desejada. Há falta de transparência na divulgação dos patches”, advertiu Alexandre Sousa.

Fonte: Portal Convergência Digital – Link: https://www.convergenciadigital.com.br/Seguranca/Quase-metade-dos-dados-vazados-no-mundo-esta-no-Brasil-62770.html

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