O uso de Módulos de Segurança de Hardware, conhecidos como HSMs (Hardware Security Modules), é um pilar fundamental na segurança das transações do PIX. O avanço da segurança do PIX está intimamente ligado a adoção dessa tecnologia no aperfeiçoamento contínuo das melhores práticas de segurança em criptografia e gestão de chaves criptográficas recomendada pelos órgãos reguladores.
O papel dos HSMs no PIX
O PIX foi projetado pelo Banco Central com rigorosos requisitos de segurança e os HSMs são essenciais para atender a essas exigências. A principal função deles é proteger as chaves criptográficas que são usadas para assinar digitalmente e criptografar todas as mensagens de transação.
A segurança é garantida por meio de um “cofre digital” onde as chaves são geradas, armazenadas e utilizadas em um ambiente isolado e à prova de violações. Isso significa que, mesmo que o servidor onde a aplicação do PIX esteja rodando seja comprometido, as chaves de criptografia permanecem seguras dentro do HSM, impedindo que fraudadores as extraiam e as utilizem para operações ilícitas.
Avanços e melhorias contínuas
O Banco Central e as instituições financeiras vêm investindo em melhorias constantes, tanto em termos de tecnologias quanto de processos, para garantir a robustez e a escalabilidade do sistema. Os principais avanços incluem:
– Aumento da capacidade de processamento: Com o crescimento exponencial do número de transações PIX, é crucial que os HSMs sejam capazes de processar um alto volume de operações criptográficas por segundo. E que sua arquitetura permita a expansão de maneira rápida, visando atender as demandas cada vez maiores do volume transacional. As instituições financeiras e o Banco Central têm realizado adequações significativas em seus ambientes criptográficos para suportar essa nova demanda. E as instituições que ainda não adotaram a tecnologia tem demonstrado um maior interesse na implementação dessa infraestrutura de segurança.
– Adoção de HSMs em nuvem (HSM as a Service): A nuvem trouxe benefícios significativos para as instituições financeiras, mediante o controle de serviços especializados de segurança, com alta disponibilidade e melhor custo benefício, de acordo com as necessidades específicas do negócio. Além de maior previsibilidade de investimento no crescimento de infraestrutura criptográfica. O “HSM as a Service” permite que as instituições utilizem tecnologia de ponta, em diferentes modelos de negócios, sem a necessidade de gerenciar fisicamente o hardware, oferecendo maior flexibilidade, escalabilidade e agilidade para se adaptar ao volume de transações.
– Integração com novas regras de segurança do Banco Central: O BCB está sempre aprimorando as regras para combater fraudes. As atualizações em vigor e as futuras incluem, por exemplo, o bloqueio cautelar de valores, a exigência de limite de R$ 200 para transações em dispositivos não cadastrados e a notificação de infrações para compartilhamento de informações entre instituições, e os HSMs são fundamentais para implementar tecnicamente essas novas políticas, assegurando a proteção dos usuários.
– Conformidade e certificações: Os HSMs usados no sistema do PIX precisam seguir padrões rigorosos de segurança, como a certificação FIPS 140-2 nível 3, que garante a confiabilidade do hardware para o armazenamento e o processamento de chaves criptográficas.
Em linhas gerais, a segurança das transações PIX com HSMs é um processo contínuo de aprimoramento. A tecnologia desses módulos de segurança, aliada às regulamentações do Banco Central, tem sido crucial para manter o sistema seguro e confiável mesmo com o volume crescente de transações.
Não utilizar HSMs para a segurança das transações PIX da sua instituição financeira pode expor o sistema e suas chaves criptográficas (credenciais) a diversos perigos, comprometendo a integridade e a confiança do sistema de pagamentos, bem como prejuízos financeiros substanciais para a própria instituição.
Os principais riscos da não utilização do HSM incluem:
– Roubo de Chaves Criptográficas
Os HSMs são projetados como “cofres digitais” para armazenar e proteger as chaves criptográficas que assinam e criptografam as transações. Sem um HSM, essas chaves poderiam ser armazenadas em software em servidores comuns. Se um servidor for invadido, um fraudador pode roubar as chaves, ou, obtendo as ilicitamente, ele terá a capacidade de assinar transações e manipular dados, levando a prejuízos financeiros inestimáveis.
– Fraudes e Transações Não-Repudiáveis
As chaves criptográficas, quando protegidas por HSM, garantem a autenticidade e o não-repúdio das transações. Isso significa que é possível provar que a transação foi originada por uma instituição financeira legítima. Sem essa proteção, um invasor poderia criar transações fraudulentas que parecem vir de uma fonte confiável, e a instituição não teria como negar a autoria, pois a assinatura digital estaria comprometida. Outro risco é o uso de chaves criptográficas armazenadas em revidores comuns por profissionais não autorizados, como o ocorrido em ataque hacker recente, que ocasionou milhões em perdas financeiras para a instituição.
– Falhas na Performance e Escalabilidade
O PIX exige um sistema de pagamentos de altíssima performance, com milhões de transações processadas por segundo. As operações criptográficas são intensivas e, quando realizadas em software, podem sobrecarregar os servidores, diminuindo a velocidade e a eficiência das transações. Os HSMs são hardware otimizado para essas tarefas, garantindo que a performance não seja um gargalo.
– Comprometimento da Confidencialidade e Integridade
O uso de HSMs assegura a confidencialidade (protegendo os dados da transação de acessos não autorizados) e a integridade (garantindo que os dados não sejam alterados durante a transmissão). Sem a camada de segurança do HSM, as transações ficariam mais vulneráveis a ataques de interceptação (man-in-the-middle), onde os dados poderiam ser lidos ou alterados maliciosamente antes de chegarem ao destino.
Em suma, a ausência de HSMs enfraquece os pilares fundamentais de segurança definidos pelo Banco Central para o PIX, tornando-o suscetível a uma série de ataques cibernéticos e minando a confiança no sistema de pagamentos instantâneos.
É oportuno destacar que o próprio Banco Central recomenda o uso do HSM para a segurança das transações PIX. Adote as melhores práticas de segurança do mercado e fique seguro.